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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

MATA ATLÂNTICA – Um HOTSPOT Mundial

A Mata Atlântica é considerada um dos maiores berços da biodiversidade do planeta, bem como um dos mais importantes e mais ameaçados hostspots do mundo. Foi em 1988 que o ecólogo inglês Normam Meyers, propôs um conceito de áreas críticas – Hotspots. É, portanto, uma área prioritária para a conservação, isto é rica em biodiversidade, na sua maioria endêmica, mas ameaçada no mais alto grau. 
Considerada um Patrimônio Nacional, a Mata Atlântica contribui diariamente de maneira fundamental para a vida de muitos brasileiros. Somos 145 milhões de pessoas que habitam as 3.429 cidades do bioma. Dependem dos serviços por ela prestados, como a regulação do clima, qualidade do ar, geração e abastecimento de água e o fornecimento de recursos para o desenvolvimento do país. Ao passo que usufruímos desses benefícios, também cobramos um preço alto dessa floresta, devastando mais de 90% da sua área original, afirma a Fundação SOS Mata Atlântica.
Conforme cita o Conselho Nacional Reserva da Biosfera Mata Atlântica, este bioma foi reduzida a 0,3% de sua área original na região nordeste do país. Ao sul da Bahia onde possui maiores fragmentos, ainda hoje fortemente ameaçados, a Mata Atlântica sobreviveu principalmente nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, formando um grande corredor ecológico. Graças ao relevo acidentado e à pobreza dos solos das Serras do Mar e da Mantiqueira, uma série de montanhas costeiras com até 2.500 metros de altura, que caracterizam o litoral sul e sudeste do Brasil. Notavelmente 20% de todos os remanescentes florestais se encontram no Vale do Rio Ribeira de Iguape, na fronteira dos estados de São Paulo e Paraná e apenas 200 km de São Paulo, a maior metrópole da América do Sul, com mais de 15 milhões de habitantes.
Vista Caminho do Rei, Florianópolis/SC.
Atualmente encontram-se na região litorânea, no Nordeste, pequenas ilhas remanescentes de mata isoladas. Ao sul e Sudeste manchas mais expressivas cujo principal corredor chega a mais de 2.000 km de extensão. As áreas mais para o interior, situada no planalto brasileiro, estão tão devastadas quanto a região nordestina, restando aí poucos exemplares da mata primitiva. Em Florianópolis, capital de Santa Catarina restam cerca de 12.959 hectares de mata. http://aquitemmata.org.br/#/
A Mata Atlântica apresenta uma enorme variabilidade territorial e topográfica e em conseqüência climática, explicando porque ela é uma floresta com grandes diferenciações biológicas. Assim as formações situadas mais ao Norte, têm segundo alguns especialistas, mais de 50% de suas espécies arbóreas diferenciadas daquelas situadas ao Sul. Incorporando características de mata subtropical com o aparecimento de largas extensões onde predomina a Araucária angustifólia.
Como grandes blocos florísticos da Mata Atlântica podemos mencionar as formações ombrófilas densas do litoral, as florestas estacionais mais para o interior, bem como as diversas adaptações de transição para vegetações de clima mais seco do Brasil central e as matas ombrófilas mistas com araucárias da região Sul. Além disso, convivem com ela diversos ecossistemas associados como por exemplo as especializações florestais litorâneas, manguezais, campos de altitude entre muitas outras pequenas parcelas menos representativas em termos espaciais aponta o Conselho Nacional Reserva da Biosfera Mata Atlântica.
Vista Caminho do Rei. Florianopolis/SC.
Para se ter uma ideia, da riqueza de sua biodiversidade, considerando-se cerca de 7,3% do que restaram de Mata Atlântica, estudos indicam que num único hectare do sul da Bahia, já foram encontradas 454 espécies de árvores e 476 espécies, em amostra de mesmo tamanho na região serrana do Espírito Santo. Portanto a Mata Atlântica é hoje considerada como uma das florestas tropicais mais ameaçadas de extinção,  um dos “hotspots” da biodiversidade mundial e prioritária para sua conservação em nível global.
Sua área original, antes grandiosa, encontra-se restrita a alguns remanescentes já bastante fragmentados. São vestígios do ecossistema original, que embora aparentemente protegidos pela topografia acidentada da serra do Mar, continuam sendo destruídos para reflorestamento de espécies exóticas (pinus e eucalipto), atacados pela extração ilegal de palmitos e sua fauna vem sendo dizimada por caçadores, o que em curto espaço de tempo, pode levar a seu completo desaparecimento. O futuro da mata Atlântica depende da preservação dessas áreas remanescentes, permitindo assim a manutenção da qualidade da vida humana (Instituto Rã-bugio).
Paisagem Trilha de Naufragados. Florianópolis/SC
Proteger o que sobrou e recuperar o que desmatamos é um passo estratégico para que o Brasil cresça de forma sustentável. Nosso modelo de desenvolvimento dá sinais claros de esgotamento, mas aponta também a oportunidade de colocarmos a agenda ambiental no centro das decisões políticas, sociais e econômicas do país. Um processo que requer construção participativa entre sociedade, governo e empresas, organizando uma agenda em comum (Fundação SOS Mata Atlântica).
Precisamos reconhecer efetivamente o quanto dependemos das nossas florestas e assumir esse compromisso coletivo. Há muito a ser feito, como investir em saneamento e combater a poluição dos nossos rios e mar; fortalecer as Unidades de Conservação; recuperar trechos degradados, principalmente as Áreas de Preservação Permanente, e zerar o desmatamento ilegal no bioma reforça  a Fundação SOS Mata Atlântica.
Monitoramento na trilha Ponta da Lage. Florianópolis/SC
O INSTITUTO DE ESTUDOS AMBIENTAIS TRILHEIROS DE ATITUDE - IEATA  foi criado com a missão de contribuir na preservação e conservação da Mata Atlântica através do uso adequado das trilhas e caminhos ecológicos, envolvendo a comunidade do seu entorno, através de um conjunto de ações, do município de Florianópolis/SC.

            Portanto, a IEATA, em parceria com o Programa Roteiros: Trilhas e Caminhos da Ilha de Santa Catarina - PRA, e entidades parceiras, aponta como fundamental a revitalização das Trilhas e Caminhos Ecológicos que estão sendo observadas por seu grupo de Estudos. Com o intuito de utilizar como importante ferramenta de Educação Ambiental, resultando na preservação e conservação das áreas naturais do entorno. 
Texto: Mariléia Sauer
Bióloga - IEATA
Fonte:
___________ Investigando a Biodiversidade: Guia de apoio aos educadores do Brasil. Belo Horinzonte, Brasília: Conservação Internacional, Instituto Supereco, WWf Brasil. Tradução: Débora Agria de Oliveira, Sylvia Oliveira Nocetti

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